Para Simonds, a escolha de Whitesell como diretor era tão óbvia quanto a de Arquette como astro do filme. Ele é um dos melhores. Fiquei impressionado com sua abordagem nessa comédia e com a forma como falou sobre o roteiro, argumenta o produtor.
E foi justamente o roteiro que chamou a atenção de Whitesell para o projeto. Depois de o FBI estragar, repetidamente, os planos do mafioso Sonny Talia graças ao trabalho do agente canino Onze, o criminoso decide se vingar do animal - que, por sua vez, para a sua própria segurança, é transferido ao programa de proteção à testemunha. Quando os capangas de Talia tentam sequestrar o cachorro, o agente Onze é forçado a se esconder no primeiro abrigo disponível - o caminhão do Gordon.
John Whitesell observa: Achei incrível as idéias de um cachorro como testemunha a ser protegida e a de um carteiro adotando um supercão agente do FBI. Também adorei a chance de fazer uma grande comédia de ação envolvendo cães, crianças e uma trama engraçada. Muitos filmes ou são para adolescentes ou só para crianças e seus pais. Queríamos ampliar isso com um filme para todo tipo de pblico.
Com relação à escalação de Arquette para o papel do exuberante e infantil Gordon, o diretor John Whitesell apoiou totalmente o instinto de Simonds, como atesta: David passa essa coisa de que ainda é um garoto em crescimento e acho que é por isso que ele é perfeito para fazer o Gordon, que é um cara que ainda não cresceu e que tem essa ânsia de viver. E Arquette ficou animado com a chance de apresentar um estilo de comédia que lembra uma outra era. O engraçado neste filme é que nós queríamos que tivesse um quê de filme mudo. Há certas partes em que fazemos umas coisas muito loucas. Simplesmente adoro fazer isso!, justifica o ator. Sua preparação para o filme incluiu uma semana de estudos com um membro da famosa trupe acrobática Cirque Du Soleil. Arquette lembra: Trabalhei com um ator chamado Lorenzo, que também é palhaço. Podemos dar a uma coisa tão simples como andar pela rua mil possibilidades cômicas.
O produtor Simonds observa que Spot é, de certa forma, vários filmes em um só para Arquette: David esteve muito envolvido neste filme desde o início, em muitas das escolhas da produção, no roteiro, no processo de escalação e assim por diante. Realmente, queríamos que este filme tivesse a sua sensibilidade e o seu sabor, como de fato tem.
A escalação de Michael Clarke Duncan como o agente do FBI Murdoch foi uma escolha unânime entre os realizadores, como lembra a produtora Tracy Trench: Murdoch tem uma forte ligação emocional com seu parceiro canino, a quem chama pelo nome oficial de agente Onze, mas trata o cachorro da mesma forma que trataria outro colega de profissão. O fato de que o agente Onze é muito mais que um parceiro para Murdoch é revelado em seu desespero para localizar o cão depois que este desaparece da custódia. Duncan era a escolha perfeita para equilibrar esse exterior estóico de Murdoch com sua candura escondida. Michael conseguiria fazer com que o pblico acreditasse que aquele gigante do FBI, com sua força intimidante, poderia ter um sentimento tão intenso por um cachorro. John Whitesell acrescenta com uma risada: s vezes, acho que ele tem a mesma expressão do cachorro (referindo-se ao cão da raça bull mastiff, chamado Bob). Parece que eles são feitos um para o outro.
Michael Clarke Duncan revela suas próprias razões para querer fazer o papel: Depois de fazer Espera de um Milagre, que foi muito intenso, eu realmente queria trabalhar numa comédia. Não precisei ser engraçado neste filme porque acho que, em certas situações, só o meu tamanho já me torna engraçado. Murdoch não sabe que é engraçado porque ele não vê a vida como uma coisa engraçada. Ele é muito sério em relação a tudo. um desafio para mim fazer um filme com David Arquette, que é engraçado de nascença e um ator muito talentoso. Poder trabalhar com Paul Sorvino também é um bônus e tanto, além do fato de eu adorar trabalhar com animais.
O papel de Stephanie, o interesse de amor não correspondido de Gordon, também precisava dessa complexidade. Mãe solteira muito trabalhadora, Stephanie tenta certificar-se de que tudo na vida de seu filho é perfeito, o que significa muitas regras para ele e, talvez, não muito divertimento. Uma dessas regras é nada de bicho de estimação. Ela se preocupa tanto com o bem estar do filho que se recusa a admitir a atração que sente pelo não muito convencional Gordon, favorecendo seu rival, um homem que ela acha mais coerente para a figura de pai - apesar de nem ela nem seu filho gostarem muito dele.
Leslie Bibb, atriz que interpreta Stephanie, observa: Fiquei atraída pelo projeto devido à chance de fazer comédia, uma oportunidade que eu nunca tive. Também queria trabalhar com David Arquette, a quem considero uma excelente presença cômica. John Whitesell comenta: engraçado pegar alguém tão bonita quanto Leslie e passá-la pelo espremedor. O diretor continua descrevendo a transformação pela qual passa a personagem ao tentar sobreviver aos vários desastres contínuos na estrada que a mantêm afastada de casa: Ela começa com um visual maravilhoso e, depois, fazemos tudo o que podemos para destruí-la. No final do filme, quando ela volta para casa, está acabada.
A base para a comédia envolvendo os mafiosos que perseguem o cachorro é a credibilidade dos atores escolhidos para esses papéis, que os interpretam num tom bastante sério, como explica o diretor John Whitesell: Queríamos uma sensação de autenticidade e realismo. Steven Schirripa foi incrível porque, quando fez o teste, leu suas falas muito sério, que era exatamente o que eu queria. Ele continua: Joe Viterelli tem toda aquela experiência, timing e maturidade que o tornam um líder óbvio, que é visto treinando e passando seu conhecimento ao personagem de Steven. Esses atores são imediatamente reconhecidos pelos outros papéis de mafiosos que os fizeram famosos - Steven, na série da TV americana The Sopranos, e Joe, em inúmeros filmes de Máfia, tanto sérios como cômicos, como Máfia no Divã. Ainda, temos Paul Sorvino, perfeitamente plausível como um mafioso. Com esse grupo, criamos um legítimo sentimento de Máfia e a seriedade da interpretação deles torna tudo muito mais engraçado.
O produtor Simonds acrescenta: Além de serem excelentes atores, que sabem projetar personagens bem autênticos e ameaçadores, eles também compartilham de muito senso de humor e de um excelente timing cômico. Parecia muito engraçado pegar esses caras, que basicamente exigem respeito devido às suas presenças, e colocá-los nas circunstâncias mais humilhantes para tirá-los totalmente de seu contexto normal.
Outra adição bastante engraçada ao elenco é Anthony Anderson, no papel de Benny, colega de trabalho e confidente de Gordon. Anderson descreve seu personagem: Ele é a voz da razão para equilibrar o personagem de Arquette, Gordon, cuja visão do mundo não é nada realista. Todo mundo precisa de um amigo assim.
Membro da SWAT numa zona de guerra
Quando as filmagens começaram nas praias ensolaradas de Vancouver, British Columbia, logo ficou aparente uma harmonia genuína entre David Arquette, seu coleguinha de tela Angus T. Jones e o bull mastiff que faz Spot, também conhecido como agente Onze.
O pequeno Jones, de seis anos, em seu primeiro papel importante no cinema, abraçou o trabalho com tranquilidade. O diretor John Whitesell atesta: Angus é muito natural e estava sempre com suas falas decoradas graças ao dedicado treinamento de sua mãe, Carey. Em todas as cenas, ele sempre mostrava muito entusiasmo, além de ser muito disciplinado e educado, principalmente para um garoto da sua idade. Fiquei muito impressionado com a forma como ele se mostrou dono da situação. David Arquette acrescenta: O pequeno Angus é um profissional muito esperto e inteligente e tem muito senso de humor. E Bob é um prodígio. Ele é o cachorro mais inteligente que eu já vi. Fiquei encantado com os dois. O trabalho dos produtores em encontrar esses dois realmente valeu a pena.Arquette descreve um emocionante incidente que demonstra o profissionalismo do jovem ator durante a produção de Spot: Eu estava correndo com Angus no colo e, acidentalmente, deixei-o cair. Ele teve uns arranhões na perna, ficou um pouco triste, com lágrimas nos olhos, e depois falou para o diretor: Hoje seria um bom dia para fazer aquelas cenas de choro.
Indo mais fundo em seu personagem, David Arquette explica o dilema que surge quando o carteiro se aproxima do garoto e, eventualmente, do cachorro: Gordon foi um órfão que cada vez tinha pais adotivos diferentes e, por isso, ficou meio amargo, apesar de sua personalidade não ter nada de amarga no geral, muito pelo contrário. Ele gosta das pessoas, mas não consegue confiar em nenhuma delas e não abre muito o seu coração. Quando tem a responsabilidade de tomar conta desse menino e, depois, também do cachorro, isso o força a um cuidado que ele não queria ter. Assim, apesar do conflito inicial e de ver toda a situação como um transtorno, ele acaba percebendo que isso pode ser algo que ele realmente precise e queira. O motivo de aceitar cuidar de James é puramente egoísta. Ele quer ganhar uns pontos com a mãe do garoto e acha que essa é a melhor forma de obtê-los, já que, obviamente, James é o centro do mundo dela. Gordon e Leslie já namoraram uma vez, mas não deu muito certo, apesar de se gostarem. Definitivamente, há uma atração ali, mas ela o acha irresponsável e essa é a mais pura verdade.
Justamente por sua personagem ser tão controlada que sua viagem-pesadelo se torna tão engraçada, como a atriz Leslie Bibb explica: Stephanie havia planejado ficar fora da cidade apenas uma noite e, de repente, é pega no meio de uma terrível tempestade de neve no aeroporto de Denver. Depois de tentativas inúteis em encontrar outros vôos, ela entra num ônibus, que sofre um acidente deixando-a encharcada de chuva e de lama - o que lhe permite conseguir carona só com um zoológico itinerante. No final dessa cena com o zoológico de animais domésticos, eu fico um trapo, para total divertimento de Angus T. Jones, devo acrescentar.
Bibb se submeteu com alegria a todas as indignações que sua personagem sofre, postura que lhe rendeu a admiração de todos os membros da equipe, principalmente quando estavam filmando numa estrada gelada e ela recebia jatos de água e lama. Quando chegava em casa, meus banhos levavam em média de 45 minutos a uma hora. Era uma loucura, mas eu estava me divertindo muito e foi muito emocionante sujo, mas emocionante, lembra a atriz.
Enquanto Stephanie tenta chegar em casa, Gordon enfrenta seus próprios desafios ao tentar cuidar de dois seres pequenos ao mesmo tempo que entrega a correspondência numa rua conhecida como beco dos cachorros, ou o pior pesadelo de todos os carteiros. Mas Gordon é expert nisso e enfrenta cada adversário canino como se ele fosse um membro da SWAT numa zona de guerra.
O produtor Robert Simonds dá mais detalhes sobre a evolução do personagem de Arquette no filme: Gordon não quer o cachorro, mas o garoto expressa seu desejo claramente. James sempre quis ter um cachorro - e um pai também. Gordon não pode desapontar o menino. A relação que ele cria com o garoto e com o cachorro acaba mudando seu relacionamento com Stephanie.
Porém, Gordon não é o único personagem que passa por uma metamorfose em Spot. O cachorro também muda, como descreve o diretor John Whitesell: No início, ele vive para caçar bandidos, farejar drogas e fazer o seu trabalho como agente canino treinado do FBI. Ele não tem uma família. Mas o tempo que passa com James e Gordon o faz aprender a ser mais cachorro, a brincar e a ser amado. No final, ele pode escolher: voltar para o FBI ou ficar com a família - pode continuar sendo o agente Onze ou pode começar uma nova vida como Spot. Arquette acrescenta: O filme todo gira em torno do cão. Ele é o astro verdadeiro no sentido de que todos nós fazemos papéis coadjuvantes ao lado dele. Essa história é dele.
O produtor Robert Simonds amplia a importância do papel de Bob, também conhecido como agente Onze e Spot na história: O cão é a cola que une todas as partes deste filme. A Máfia quer se vingar dele, ele é um agente especial do FBI e tem uma relação com Michael Clarke Duncan. Depois, o cachorro entra na vida de Gordon e James e todos esses mundos colidem. No final, todos querem o cachorro.
Como grande parte da ação do filme dependia da atuação do cão principal, bem como dos outros vários cães que transformam a entrega de correspondência de Gordon num perigoso desafio, os treinadores de animais tiveram um papel importantíssimo neste filme. Eles são, como atesta o diretor John Whitesell, incríveis, muito bons. Acho que são os melhores do ramo. Quando chegávamos no set, sabíamos que os animais iam direto para suas marcações, às vezes o faziam até melhor do que os atores. Essa opinião é compartilhada pela equipe e pelo elenco, que pôde observar as muitas ações complexas feitas por Bob, na pele do agente Onze/Spot, e por seus colegas de quatro patas.
O produtor Robert Simonds também sublinha a importância do componente animal real para ajudar a criar a sensação de comédia física da velha escola: Quando lembramos daqueles filmes antigos como Os Três Patetas e The Keystone Cops, vemos que tudo é real e físico, sem nenhuma montagem nem efeitos de computadores ou outro tipo de ferramenta. E é muito engraçado. Foi por isso que não quis nenhum cachorro animatrônico. Queria que fosse real.
Mathilde DeCagney é uma coordenadora de animais da Birds And Animals, com sede em Los Angeles. Além de trabalhar no programa de TV americana de sucesso Frasier nos últimos oito anos, seus créditos recentes incluem o filme My Dog Skip. DeCagney, que trouxe o bull mastiff Bob, de 45 quilos, da Inglaterra, explica porque ele é o cão perfeito para um papel principal num filme: Ele é um espécime muito especial dessa raça porque os mastiffes geralmente são muito grandes e não tão atraentes quanto Bob.
Esse mastiff de dois anos que, recentemente, estreou no cinema com um pequeno papel em 102 Dálmatas, fez sucesso imediato com os realizadores. A coordenadora de animais lembra com uma risada: Todos o adoraram de primeira porque o que você vê é o que ele é. Tem a postura de um supercão, é bonito, tem uma personalidade excelente e um grande senso de humor. DeCagney argumenta que, historicamente, os mastiffes eram cães guerreiros, também criados para trabalhar com touros. Eles têm muita força e muitos músculos e precisam de muito exercício para ficarem em forma. Mas também são maravilhosos cães para casa. Adoram a companhia de crianças e são muito amistosos, garante ela.
DeCagney também acrescenta que a segurança dos animais foi uma constante: Preparamos este filme com muito cuidado e fomos assistidos pela Humane Society, que, regularmente, vinha observar o progresso do treinamento.
O maravilhoso mundo dos animais neste filme envolve mais de 40 cães, incluindo quatro bull mastiffes, um sheepdog, um Jack Russell terrier (filho do famoso cachorro do Frasier), um bulldog francês, um wolfhound irlandês, huskies, chihuahuas, golden retrievers e setters irlandeses.
Além do amigo do homem, o filme conta também com a presença de pássaros, uma zebra, cabras, macacos, peixe, papagaios, tarântulas, cobras e hamsters. Muitas dessas criaturas aparecem na cena da pet shop onde os mafiosos criam uma grande confusão no nível da Arca de Noé. DeCagney observa: Todo esse magnetismo animal pode se apresentar como desafio para os atores que, freqentemente, têm que ficar no lugar dos treinadores quando as câmeras estão rodando. Felizmente, isso não foi problema para muitos atores deste filme. David Arquette foi uma pessoa maravilhosa de se trabalhar. Ele realmente gosta de animais. Estava sempre à disposição para nos ajudar e isso tornou nosso trabalho e o visual do filme muito melhor. Michael Clarke Duncan também se deu muito bem com Bob. Ele é outro que adora bichos.
Duncan fala de seu relacionamento com Bob: Esse cachorro é a vida do agente Murdoch. Ele é seu amigo, confidente, é tudo para ele. Murdoch nem fala com as mulheres. A agente Cassavettes, que é uma pessoa linda, interpretada por Kim Hawthorne, está interessada nele, mas ele não presta atenção nela porque só quer saber de encontrar seu cão. O ator brinca: Meu primeiro beijo na tela tinha que ser logo com um cachorro!.
Apesar de Bob fazer a maior parte do trabalho no filme, há, na verdade, quatro outros cães que fazem o papel de Spot, cada um com seus truques específicos - desde correr e pular até rosnar e morder. Angus saiu correndo na direção do Bob e subiu nas suas costas. Os dois se deram muito bem, eles ficavam brincando o dia todo, lembra Stacey Basil, treinadora-chefe de Bob, sobre a primeira vez que Angus T. Jones e Bob se encontraram.
Provavelmente, o maior desafio para o cão neste papel, ela continua, foi segurar sua alegria natural: ele é um brincalhão por natureza, mas em algumas cenas tinha que ficar parado. Parte da sua alegria é expressa no abanar do rabo e, quando ele pára de abanar, significa muita coisa. O rabo era muito importante no filme. Por isso, foi fundamental ele aprender a atuar sem abanar o rabo. Só que ele é um cachorro muito alegre e foi difícil controlar isso.
Os animais não foram os nicos a fazerem as cenas de ação nesta comédia bastante física. O coordenador de ação Lou Bollo ficou muito impressionado com a desafiadora quantidade de ação executada pelos humanos, principalmente David Arquette. David insistiu em fazer muitas das suas próprias cenas, e na verdade fez, mesmo tendo sido puxado para o alto de uma árvore e arremessado contra um galho, de escalar vários andares de um prédio preso num cano, descalço e de cueca, além de pular, correr, dançar e muito mais. muito mais arriscado ter um ator fazendo suas cenas de ação do que um dublê treinado porque nunca temos certeza com quem estamos lidando e qual o nível de conforto dele. Mas David é um tremendo atleta e um dos melhores atores com quem já trabalhei, elogia Bollo.
E David Arquette observa: Nenhum animal foi ferido na realização deste filme, mas os atores, por outro lado.
Uma das grandes cenas do filme acontece na loja Petcetera, onde os mafiosos encontram sua presa e descobrem que Bob é muito mais do que imaginavam. O cenário se baseia numa cadeia de pet shops canadense com o mesmo nome, associada à Petco, nos Estados Unidos, e era tão realista que os transeuntes tentavam entrar na loja para comprar comida para seus animais.
O desenhista de produção Mark Freedborn explica: Bob tem opinião definida sobre o que gosta de ver. Ele gosta de cores eletrizantes, que no caso são o laranja e o azul, e sua abordagem com relação ao universo é positiva e energética. Por isso desenhei um visual meio Disneylândia. E essa cadeia de lojas era perfeita para nós porque ela usa cores primárias e é muito simpática para os clientes.
Outro cenário importante foi a Rua Bleeker, também conhecida como o inferno dos carteiros ou beco dos cachorros. Na locação externa, as casas existentes foram enfatizadas com a adição de cercas individualmente desenhadas, como explica Mark Freeborn: Para manter a idéia romântica do projeto, decidimos usar cercas que tivessem um certo charme e escolhemos estilos diferentes. No final, ficaram tão reais que os moradores quiseram mantê-las.
O diretor de fotografia John Bartley, que faz sua estréia em comédia com Spot, admite: A ênfase está nas cores saturadas e brilhantes. Não há sombras porque elas são inimigas da comédia. Em relação a isso, o verão em Vancouver foi perfeito, com seu céu azul, muita luz de sol e um entardecer longo e claro. Bartley fala sobre um dos desafios que envolveu filmar o astro bull mastiff: Como Bob é um cachorro escuro, com aqueles círculos sob os olhos, ele precisava de muita luz - o que atrapalhava os atores que estavam ao seu lado. Angus é muito branco comparando ao cachorro e tivemos que achar um meio termo que fosse generoso para ambos.
A complexidade e freqência das ações dos animais exigiram uma certa flexibilidade e fluidez por parte de fotografia, como explica John Bartley: A iluminação tinha que ser meio solta de forma a dar aos animais bastante espaço para poderem se mover. Dificilmente uma tomada nossa não envolvia duas ou três câmeras, porque cada tomada é diferente - o cachorro faz coisas diferentes a cada vez, e o garoto e os atores também.
A companhia de produção usou a nova câmera Panavision millennium. Um dos primeiros modelos em uso no Canadá, a millennium é uma câmera muito pequena e leve que foi muito til no trabalho manual executado.
Um dos maiores desafios para o elenco e para a equipe durante o curso das filmagens foi tentar não rir alto das palhaçadas que eram criadas constantemente. E coube ao diretor John Whitesell a difícil tarefa de incorporar à história esse material novo que ia surgindo todos os dias, isso sem atrasar o cronograma de filmagens. Ele conta: Como eu já havia feito muita televisão, não achei que seria difícil filmar tudo isso - só que não tinha feito com animais e crianças juntos. Isso resultou em 50 de material de ação a mais do que havíamos planejado.
Na análise final, todos concordaram que Whitesell enfrentou muito bem o desafio. Paul Sorvino dá ao diretor o crédito de ter encorajado a fluência de humor que permeia todo o filme. O roteiro é divertido no papel, mas devido à atmosfera que John Whitesell criou, onde a criatividade impera, o filme realmente superou o que estava nas páginas, elogia o ator veterano. O produtor Bob Simonds previu que Spot seria um filme para toda a família, e realmente é. A censura é livre. Queríamos que fosse um filme para o qual as pessoas quisessem levar seus filhos e que também fosse legal o bastante para atrair o pblico adolescente, diz ele. David Arquette concorda: diversão para toda a família. Há muitos elementos diferentes, de coisas bobas a emocionantes. Ao definir o que considera a essência do filme, John Whitesell conclui: Acho que este é um filme sobre encontrar a sua alma. Gordon aceita a responsabilidade e descobre o que é importante para ele. Descobre que não tem medo de ser responsável por uma criança e uma mulher em sua vida. E o cachorro descobre que tem uma família esperando por ele. Acho que é uma história sobre encontrar aquilo que você quer e sobre se comprometer - são essas coisas que formam uma família. Temos medo de certas coisas em nossas vidas, mas não precisamos ter. Se aprendermos sobre elas, se confiarmos nas outras pessoas e arriscarmos, poderemos ser realmente felizes. Pode parecer meio simplista, mas acho que essa é a essência, a alma de tudo isso.
é isso!
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